Minha avó sempre foi uma cozinheira de mão cheia. Quando orquestrava os almoços de domingo da família, quem quisesse acompanhar de perto o preparo das macarronadas precisava respeitar as ordens da Vó Mathilde.
Dependendo da idade do neto, ela deixava apenas carregar os tomates, alhos e cebolas de uma bancada para a outra. Quando tinha óleo quente na cozinha, a alegria da molecada era jogar o fósforo na panela e aguardar ele aquecer até acender, anunciando a temperatura certa da fritura.
Quando me foi permitido pilotar o fogão, passei a replicar essa receita em casa com frequência e não tinha nada de complicada: molho de tomate de latinha, muito alho, cebola, azeite, sal e uma pitada de açúcar (pra tirar a acidez do molho). O preparo, esse sim, tinha um segredo que era fritar o alho primeiro, cortado em pequenos quadradinhos, e deixar eles ficarem bem bronzeados. Somente depois você acrescentava a cebola.